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Depressão é um Alerta

Depressão é um Alerta

Por Bruno Lenzi | Psicólogo e coordenador da Associação Instituto Movimento | Jornal Diário Catarinense Online

Após a queda do voo 9525 da Germanwings nos Alpes franceses, o nome do copiloto Andreas Lubitz, apontado como responsável pelo acidente, tornou-se um dos mais citados pelo mundo, levantando também o debate sobre suas condições mentais. Descobriu-se que, antes de receber a licença para pilotar, Lubitz passou por vários tipos de tratamento por conta de problemas psiquiátricos que revelaram tendências suicidas.

Tempos depois, o copiloto passou por exames em que não foram identificadas depressão ou agressividade, e o diagnóstico inicial foi ignorado. Após a tragédia, fica um apelo à escuta e atenção às pessoas que estão à nossa volta.

Tanto aquelas que estão em sofrimento, como forma de prevenção, quanto as que estão saudáveis, como forma de promoção e continuidade da saúde.

A depressão, como muitos sofrimentos mentais, não deve ser tratada com leviandade. Esse sofrimento é real, fruto de um processo histórico e social em que a pessoa se isola e se sente cada vez mais afastada do mundo. Até o ponto em que um ato bárbaro como esse surge como possibilidade de ação.

Para se ter uma ideia da importância do debate sobre essa doença silenciosa, Santa Catarina, segundo o Mapa da Violência 2014, é o segundo Estado em número de suicídios a cada 100 mil habitantes. Perdemos apenas para o Rio Grande do Sul. O levantamento apontou um crescimento de 75,8% no total de ocorrências comparado à pesquisa anterior. A estatística serve de alerta e mostra que a prevenção, por meio de atendimentos terapêuticos, precisa ser estimulada. É urgente superar o preconceito e a resistência em buscar ajuda psicológica.

Não podemos nos eximir da nossa responsabilidade relacional. Nós sustentamos essa sociedade individualista que se importa apenas com a produtividade das pessoas. Precisamos estar atentos aqueles à nossa volta.

Precisamos incentivar o sentimento de comunidade que há tanto perdemos uns com os outros. É necessário lembrar que todos participam desse mundo e que, se nos dedicarmos aos nossos próximos, buscarmos conhecê-los e entendê-los, nós podemos salvar muitas vidas ainda.

Fonte: http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a4773846.xml&template=3898.d
wt&edition=26779&section=1805

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